Eu tenho uma mania: a de me apaixonar, por tudo que a vida me oferece. Vivo procurando motivos para que o ENCANTO nunca termine!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Se não for pra ser bom, gostoso, romântico, carinhoso, divertido, presente, construtivo. Enfim, se não for pra ser amor, nem me dê bom dia.

Não importa quantas vezes ela negue, ela sempre vai se lembrar de cada detalhe. Cada lágrima, cada sorriso, cada noite, cada pôr-do-sol. Não importa a distância que vocês estejam, não importa como vocês estejam, a verdade é que você sempre estará vivo na mente dela. Ela lembra de cada pedaço de você todo dia, não adianta negar.

E foi então que eu descobri uma coisa fantástica, talvez a mais fantástica de todas: quando a gente pára de procurar desesperadamente por um amor, a gente percebe que pode amar qualquer coisa. Eu posso amar meu computador, minha rua, minhas fotos,o arroz da minha mãe. Ou até mesmo uma tarde qualquer e sem grandes emoções como tantas.

A tecla “A” - Tati Bernardi
Não existe a pessoa certa. Existe apenas a pessoa. Se essa é a pessoa com quem você quer estar e ter uma família, então fique com essa pessoa. Se você não quer nada disso, então não fique com essa pessoa. Não é tão complicado assim.
– The secret life of the american teenager.

Não gosto de quem se faz de santa, de prestativa, de solícita, de legal. Não gosto de quem fala miando, se finge de sonsa, faz caras e bocas. Não gosto de gente artificial, que tem duas caras, dois jeitos, dois comportamentos. Sou a favor da transparência, de gente de verdade, sem retoques, sem artifícios. Tenho pavor de mulher fingida. Que se finge de morta, mas no fundo rebola o tempo todo, faz cara de atriz pornô pra ser notada e depois diz que ah-é-meu-jeito-sou-assim. 

Tenho pavor de mulher que se insinua o tempo inteiro e depois diz não-entendo-porque-todo-mundo-olha-pra-mim. Pavor. (…) Além disso, tenho horror de biscate. Acho que no fundo são todas perdidas, infelizes, coitadas, mal amadas. Precisam de atenção 24 horas. E esquecem que pra gente ter atenção de verdade precisa, em primeiro lugar, ser verdadeira. Com a gente mesma.

Clarissa Correa
Queria te fazer sorrir, tipo, uma vez na vida, só uma.
Ddesculpe-me a pouca idade, desculpe-me a pouca experiência, desculpe-me a falta de compreensão e desculpe-me pela pouca paciência, ou pelo excesso dela. Eu sou jovem e simplesmente não consigo controlar esse turbilhão de coisas que vem junto com a juventude. Na juventude temos algumas coisas que vem em excesso e algumas outras que são escassas. E são dessas escassezes que eu estou querendo falar. Tô querendo te dizer que os erros cometido foram por conta da falta, e não do excesso. Foi por conta da falta de experiência, compreensão e por falta de paciência, não por falta de amor. Amor é o que mais havia aqui dentro.E ainda há, mas agora não há mais tanto quanto havia. Parte desse amor foi substituído por um pouco de rancor, tristeza, desconfiança e até mesmo um pouco de experiência. É claro que eu continuo sendo um inexperiente se formos para falar sobre a vida, mas esse não é o meu grande objetivo. Meu objetivo não é falar da vida e sobre ela, mas sim vivê-la! Quero viver para poder acertar muitas vezes, mas também quero errar muito. Porque junto com os erros vem a experiência, vem a paciência -eu acho-, a compreensão para aceitarmos os erros dos outros tendo como base os nossos e também vem a humildade, mas deixa ela pra lá. Quero poder errar muito, para um dia poder acertar com você. Quero tirar tudo de bom desses meus erros para poder saber como agir corretamente com você. Quero errar para conseguir a tão famosa experiência, que tantos falam. Quero errar para que quando você errar, eu tenha paciência para aceitar os teus erros. Porque afinal, eu também já vou ter errado e não poderei te julgar. E em meio a esses milhares de erros e também acertos eu espero te encontrar mais uma vez. Espero que possamos arrumar a bagunça que deixamos um dentro do outro. Espero que possamos nos acomodar uns nos braços dos outros, que nossos lábios quando tocados nos tragam paz e quando sussurramos um no ouvido do outro o quanto de amor sentimos. Então agora eu quero errar muito. Quero dar a cara à tapa, pois eu sei que a recompensa vai ser incrível! Vai ser você. Que venham os erros, mas não os julgamentos.
— Martin Weiss

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Homem não gosta de mulher que insiste com recados consecutivos, mas também não gosta de mulher que não telefona. Mulher não gosta de homem que a persegue, mas também não gosta de homem que não a procura. Homem não gosta de mulher fácil, mas também não gosta de mulher difícil. Mulher não gosta de homem doce, mas também não gosta de homem rude. Homem não gosta de mulher que fica com muitos, mas também não gosta de encalhada. Mulher não gosta de mulherengo, mas também não gosta de travado. Homem não gosta de ser questionado, mas também não gosta de ser esquecido. Mulher não gosta de ser contrariada, mas também não gosta de gente passiva. Homem não gosta de estardalhaço, mas não adia uma bagunça. Mulher gosta de estardalhaço, desde que não vire bagunça. Homem não gosta de ser debochado, mas também não suporta ser levado sempre a sério. Mulher não gosta de brincadeiras sem graça, mas não admite a ausência de brincadeiras. Homem não gosta de fofoca, mas é o primeiro a contar as novidades aos amigos. Mulher gosta de fofoca, mas deseja preservar sua privacidade. Homem não gosta de jantar na casa da sogra, mas também precisa dela. Mulher não gosta de ser comparada com as antigas namoradas, mas também quer saber todos os detalhes. Homem não gosta de ser surpreendido, mas também não gosta de saber antes. Mulher adora um mistério, mas com aviso prévio. Homem não gosta de comprar lingerie, mas também é o primeiro a criticar a que ela está usando. Mulher ama comprar lingerie, mas também é a primeira a dizer que a incomoda. Mulher prefere calcinha bege, não aparece com a roupa. Homem abomina calcinha bege, aparece demais quando ela tira a roupa. Homem não gosta de discutir relacionamento, mas também não gosta do silêncio. Mulher gosta de discutir relacionamento, mas odeia chorar no meio da briga. Homem não tolera filmes românticos, mas não desliga quando reprisados na tevê. Mulher não agüenta filmes de ação, mas também é um alívio não pensar muito. Homem tem dificuldades para se declarar, mas faz o impossível para ser denunciado. Mulher espera declarações, mas não quando está se arrumando. Homem reclama dos atrasos, mas também detesta quem chega antes. Mulher odeia a impaciência do homem, mas também se enerva com a letargia. Homem não resiste a um videogame, mas também não deseja ser chamado de criança. Mulher abusa dos diminutivos, mas também diz que cresceu. Homem pede desculpa quando machuca, mas não aceita desculpa quando machucado. Mulher se desculpa antes de errar, depois não se lembra. Mulher desvia o assunto quando se desinteressa, mas não gosta que não prestem atenção nela. Homem não gosta de ser interrompido, mas vive interrompendo. Mulher admira poesia, mas não no sexo. Homem procura agradar a mulher ao recitar poesia no sexo. Homem não gosta de unhas vermelhas, mas fica excitado com elas num filme pornô. Mulher gosta de unhas vermelhas porque detesta filme pornô. Mulher anseia pelas flores, mas nunca tem um vaso para colocá-las. Homem gosta de mandar flores, mas desiste na hora de escrever o cartão. E ambos não gostam do meio-termo.” 
Fabrício Carpinejar
“Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira…). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. (…) Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. (…). Que a sua remela seja sequinha e não gosmenta e que o tempo leve um pouco de seu cabelo. (…). Tem que gostar de crianças, de cachorrinhos, da minha mãe, e tem que odiar ver pessoas procurando comida no lixo. Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de “essa mulher é única”.”
Tati Bernardi

domingo, 28 de agosto de 2011

"Comprovei que, quase tudo o que já foi escrito sobre o amor... é verdadeiro.
Shakespeare disse: as viagens terminam com o encontro dos apaixonados.
Que idéia mais extraordinária!
Pessoalmente, nunca experimentei nada, ou algo parecido.
Mas estou convencida de que Shakespeare, tenha.

Suponho que penso no amor mais do que deveria.
Admira-me constantemente seu poder
esmagador de alterar e definir nossas vidas.
Também foi Shakespeare quem disse que o amor é cego.
Pois bem, estou segura de que isso é verdade.

Para algumas pessoas, de forma
Inexplicável o amor se apaga.
Para outras, o amor singelamente se vai.
Mas é claro, o amor também pode existir,
mesmo que só por uma noite.
No entanto, existe outra classe de amor mais cruel.
Aquele que, praticamente mata suas vítimas.
Chama-se "amor não correspondido"
e nesse tipo... sou experiente.

A maioria das histórias de amor
falam de pessoas que se apaixonam entre si.
Mas o que acontece com os demais?
E as nossas histórias?
Aquelas que nos apaixonamos?
Somos vítimas de uma aventura unilateral.
Somos os amaldiçoados dos seres queridos.
Os seres não queridos.
Os feridos que se valem por si mesmos.
Os incapacitados sem estacionamento reservado
(...)

Sim, vocês verão uma destas pessoas.

- Trecho do filme "O Amor não tira Férias"

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Lembram do patinho feio?



Bem, é mais ou menos como foi minha vida. Claro, não vou dizer que virei uma cisne. Longe disso. Mas, deixei de ser a patinha feia e desengonçada que passei minha infância e adolescência inteira sendo. Não gostava de mim do jeito que eu era, então, resolvi mudar. Comecei a me vestir do jeito que eu gostava, a colocar as cores que eu tinha vontade no cabelo, a não reprimir meu riso, a ser simpática com as pessoas do jeito que eu queria que elas fossem simpáticas comigo, mes, amo nem sempre sendo retribuída. Comecei a ver a vida do jeito que eu gostaria que a vida fosse: feliz.
errei, acertei, surpreendi, decepcionei, amei, odiei.. e estou aqui pronta pro que der e vier!

O ministério do bom senso adverte: não seja mais um clichê

 Demoramos para construir uma identidade própria. Um estilo músical com nosso DNA, um jeito de se vestir peculiar, porém nosso. Até mesmo nas frases que falamos, quando muito repetidas, se tornam marca própria, de tão originais. Tentamos, de qualquer modo, sermos diferentes num mundo onde cada vez mais assistimos os indivíduos serem todos iguais. Não sei vocês, mas eu tento. Detesto música de rádio, que todo mundo acaba sabendo a letra de cor de tanto que escuta. Mal uso calça jeans e tênis, adoro peças de roupa garimpadas a dedo para que poucas pessoas tenham igual - e com as combinações que invento, me surpreendo quando aparece alguém parecido comigo. Meu medo de arriscar é pequeno; meu bom senso, nem sempre bem aproveitado. A verdade é que adoro inovações, o diferente me fascina. E quando gente que tem a maior vocação do clichê começa a banalizar os jeitos, as vestes, os ditos, as poses alheias e diferenciais a raiva que nasce aqui é grande. É tão intrínseca a essência de pessoas assim, indescobertas de si mesmas, para que o outro seja um exemplo tão grande a ponto de querer captar o brilho, a modernidade, ímpar sem notar que, ser par é ser apenas uma imitação barata?

Nossas vivências, sempre tão diferentes. Nossa experiência, nunca igualada às demais. Nossos gostos secretos, quando revelados ou causam identificação, ou adoração, ou até mesmo repulsa. O problema se dá em notar a falsidade de quem finge que gosta, para parecer bacana. Sinto ciúme daquilo que sei que soa muito melhor nos meus ouvidos, cai mil vezes melhor no meu corpo, sai com muito mais naturalidade no som da minha voz. Se há a chance de sermos únicos, por que a insistência em nos transformarmos e alienarmos em robôs de elite, pré-fabricados e idênticos à todos esses que rondam as cidades, almoçam em bando, saem do trabalho às 18 horas em seus carros populares? Incompreendo. Devemos buscar a cultura de algum modo para, abrangentes em conhecimento, possamos escolher um modo de causar (ou ser) a diferença.
Para sermos uma lembrança excepcional nas mentes de quem passa por nós e nem sempre fica, autencidade em primeiro lugar. Parar de fugir de si mesmo, largar mão de almejar subir ao pódio da adoração que a sociedade impõe aos diversos clichês, quase personagens, do cotidiano. Daí que quando paramos um pouquinho nossa frenética rotina, pedacinhos da gente se estilhaçam ao redor, como se fosse normal copiar quem cria, plagiar quem escreve e reproduzir quem não se é pelos cantos do mundo.

Preservar o lado excêntrico, a loucura dos detalhes de cada um é lei. Interferir na norma de outros indíviduos que construíram a própria personalidade, grave infração. Que se busque o sonho mais particular, desejos absolutos, minuciosidades inconfundíveis. Esqueça a ordem natural das coisas, dê um basta naquilo que parece mesmo, mas na verdade não é nada. Se permita as estranhezas que também apaixonam, as manias que nos fazem nunca mais esquecer. A mesmice quadrada que vemos por aí enjoa, só de olhar; cair na trama de participar dessa existência singular como coadjuvante, um modo de sobreviver? Cada um de nós nasce original de fábrica. Morrer como mais uma cópia, pra que?

Camila Paier

terça-feira, 23 de agosto de 2011

formspring.me

Ask me anything! http://formspring.me/elisataiara
(…)        
            Eu sou da teoria que precisamos de alguém que já venha inteiro. Porque a pessoa que vem inteira sabe respeitar espaços, a pessoa que se sente completa aceita que você não é igual, e principalmente, a pessoa que aprendeu a totalidade sozinha sabe que dividir algo com você não implica em nenhuma perda para ela.
           Acredito que a troca no relacionamento só é completa quando cada um é inteiramente proprietário das suas ações. E que não é a metade da laranja que faz você ser completo, mas as lições que você aprende durante sua incompletude. Essas sim serão imprescindíveis e farão você dividir completamente tudo que existe dentro de você.

fernandagaona

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Não ousava chamar-lhe de amor, sendo esta palavra de uma doçura dolorosa se não posta após “meu”. Queria chamar-lhe de meu amor, mas não eras meu nesse vasto mundo de Deus. Em meus sonhos, era - tudo, e um pouco mais. E gostavas de ser aquilo que eras - meu, nada mais, nada menos. Eu te queria assim, do modo que és, com todos os seus furacões e todas as tuas calmarias, só desejavas que fosses meu. E de tanto te querer meu, me tornei sua. E de tanto ser sua, chamar-te de meu já nada significava perante à todo aquele sentimento. Mudaste tudo. E meu desejo deixou de ser chamá-lo de meu amor. 

talvez em breve se torne alem de amor a minha vida! e assim lhe chamarei então de minha vida!

domingo, 21 de agosto de 2011

Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus abraços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menino não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo.

Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. 
Me permitir ser um pouco insignificante. E, na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir. 
O que eu quero mais? Me escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã.
E também quero mais tempo livre. E mais abraços.


marthamedeiros

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Adeus, menina de aluguel!

O título remete a algo vulgar, eu sei. Talvez eu já tenha sido. Não por dinheiro, mas por amor, por correr atrás de migalhas, mal recompensadas.
Li um num livro a tempos atras, que no meio dos 300 e vários livros que já li, com certeza é um dos melhores. Uma passagem, me lembro agora, dizia bem assim " Sempre achei que as garotas de programa são as únicas mulheres capazes de entender o verdadeiro significado do amor. Por que ? Simples. São as únicas que sabem a diferença do amor e do sexo."
Bom, guardados meus pensamentos feministas sobre a frase, concordo. Duvido muito que qualquer mulher que já se apaixonou perdidamente e não foi correspondida, nunca se entregou desejando ter uma horinha de quase-amor. Mulheres apaixonadas fantasiam, sonham e se for preciso, se entregam também.
Mas hoje tudo mudou, se havia algum resquício em mim, daquela menina que eu fui, ela juntou suas roupas de garota de aluguel e se foi. Dando lugar a uma menina, quase mulher, que agora conhece o que estar com alguém de verdade. Me sentir desejada, bonita, completa.
Toda mulher tem dentro de si uma garota de aluguel, mas tem também a certeza de que um dia chega um louco, que ensina o que é amor. Que sexo só é bom, se for inteiro, com alma.
Eu amo, eu admito, eu acredito que dessa vez é diferente, e se não for, não tem problema, eu volto aqui e digo que mesmo voltando a ser garota de aluguel, buscando por um pouco de amor, me ensinaram que não se entrega o corpo pra quem não se pode entregar a alma, e que um dia, acolheram minha alma, como se estivesse estado sempre dentro do meu corpo.
Definitivamente, o amor me fez engolir de vez toda a minha dúvida sobre ele. Ainda bem.
Deixo aqui meu adeus, para você, menina de aluguel por amor, nossa relação foi realmente proveitosa, aprendi, mudei. Espero que você não vá por tão pouco, porque ser amada de verdade é melhor que qualquer fugacidade da vida. Boa sorte, espero não vê-la em breve.

sábado, 13 de agosto de 2011

Empatia




A generosidade com relação às dificuldades alheias começa também no contato mais vívido com a certeza da existência das nossas. Quem tem consciência das próprias limitações sabe o quanto às vezes é dificílimo dar um passo, o primeiro deles, fora do território de alguns sentimentos. Por mais que a alma nos peça incansavelmente. Por mais que, de vez em quando, ela pareça inventar pretextos só para nos impulsionar. Por mais que saiba, por histórico, que o primeiro passo ainda não é garantia de caminhada, mas já é avanço e esperança.

Quem vê a flor geralmente não imagina a paciência tecelã que é necessária para que a ideia da semente seja dita. 
 
Ana Jácomo
“Eu já vivi muito, e agora eu acho que encontrei o que é necessário para a felicidade.Uma vida tranquila e recôndita do país, com a possibilidade de ser útil às pessoas a quem é fácil fazer o bem, e que não estão acostumados a tê-lo feito para eles. E o trabalho que se espera pode ser de alguma utilidade. Depois descansar, natureza,livros, música, amor ao próximo. Essa é minha idéia de felicidade. E, em seguida, em cima de tudo isso, você por um companheiro e filhos talvez. O que mais pode o coração de um desejo do homem? “
—Chris McCandless
Procura-se: Alguém com um coração, que venha logo e demore muito pra ir embora. Urgente!!!

Sobre o filme Closer, Perto demais.

Assistindo ao ótimo “CLOSER - Perto demais”, me veio à lembrança um poema chamado “Salvação”, de Nei Duclós, que tem um verso bonito que diz: “Nenhuma pessoa é lugar de repouso”. Volta e meia este verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.
Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.
Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, conseguirá corresponder 100% a todas as nossas expectativas ¿ sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo “leve dois, pague um”, também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.
Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, seus motivos, seus desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?
Longas relações conseguem atravessar a fronteira do estranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

MarthaMedeiros

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca … Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia… isso a gente vê depois … se calhar … Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos … me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar … experimente me amar! martha medeiros!

Poucos me sabem. passos são tímidos e minha voz quase não diz. Por amante das miudezas, tenho o apreço da insignificância.
Complicada e solitária, eis que preservo meus detalhes, quem dirá á algum milagre, com olhos a ponderá-los. Sou duas décadas antes da que nasci e antecedo três da que vivo. Tenho sentido como é dificil se integrar ao que não me cabe. 
Que presente é esse que me impuseram? Em que futuro me alicerçarei? Que passado me persegue? 
Sou a desfiguração atual, que aguarda desesperadamente uma explicação coerente á minha efêmera espécie. Encontrarei enfim um convívio? Poderei Senhor,me reconhecer com naturalidade aonde estou? Tenho sofrido demais com essa vida,incompreendida pela percepção conservadora e anti-promiscua. Eu assim,quero ser só. Quero ser tímida. Distante da epidêmica materialista. Quero continuar sendo esse bicho, enjaulada pelos principios, mas altiva a minha exclusividade. 

Patrícia Vicensotti

domingo, 7 de agosto de 2011

Quando não se tem muletas: vá mancando
Quando se perde um dente: procure um sorriso
Quando não se tem a quem abraçar: abra os braços pro vento
Quando percebe-se que as pernas estão maiores do que as asas: corra, para comprar um sorvete
Quando existe mais dele em você do que você mesma: comece a cuidar de um animal, você se tornará a pessoa mais importante na vida de outro
Quando não se colhe flor na primavera: carregue mais folhas no outono
Quando se está sempre sozinha: comece a gostar do que ainda não veio
Aprender dói mas vale a pena. Importante é continuar
Agora pra terminar ouça: comece a achar que as coisas têm jeito
Acreditar em esperança é abrir uma janela bem no meio do seu desespero


|vanessa leonardi|
Quando estiver triste, não fale nada, apenas me cutuque com a ponta do indicador e prometa que estará aqui - se possível, cumpra a promessa. Me chame para ficarmos em casa fazendo qualquer bobagem, e rindo enquanto imitamos a discussão dos vizinhos por qualquer banalidade. Sente ao meu lado e leia comigo meu livro favorito, sussurrando ao pé do ouvido as palavras que o mocinho disse à sua amada. Me surpreenda, me ame, roube meu coração e nunca mais devolva. Seja o cara certo na hora errada, ou o cara errado na hora certa, ou qualquer coisa que quiser, mas não me faça desistir de você. E nunca desista de mim. Seja aquele que controla as batidas do meu coração, passeia por todos os meus pensamentos e mora em cada um de meus planos. Observe o céu comigo todas as noites enquanto me abraça apertado, fazendo as estrelas invejarem o brilho que nosso amor tem. E que, ao olhar em seus olhos, eu tenha a certeza de que nenhum momento ao seu lado é por acaso.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Feeligns! é o que a casa oferece!

Sou contra injustiças de qualquer espécie. Por isso, procuro evitar cometer uma aqui e outra ali. Às vezes, eu e você sabemos, é inevitável. Qual o ser humano que vez ou outra não julga? Quem nunca foi injusto?
Quando piso na bola procuro reconhecer. Mas quer saber uma coisa que me deixa p*** da vida? Tem gente que não sabe se colocar no lugar do outro. Quer um exemplo? Uma amiga fez aniversário, convidou para um jantar. Os lugares eram marcados, ela podia convidar pouca gente. Me senti lisonjeada, pois gosto demais dela e ela é muito importante pra mim. Então, minha garganta começou a ficar ruim. Um dia, dois dias, três dias. Chegou o dia do bendito jantar. Fiquei o dia inteiro quietinha tentando me recuperar. Avisei minha amiga que estava meio ruim, mas que ia ficar descansando para estar bem à noite. Ao meio-dia eu tinha um almoço. Desmarquei. Chegou o final da tarde e percebi que não estava legal. Já tinha tido febre e tudo mais. Avisei que não conseguiria ir. Ela ficou de cara, como se eu fosse culpada de alguma coisa muito grave. As pessoas não costumam se colocar no lugar das outras. Até parece que eu quis ficar doente. Até parece que fiz de propósito. Então, ela veio com o passado. Disse que eu já não tinha ido em tal e tal coisa.
Acho bem desagradável quem joga as coisas na cara em qualquer situação. Parece criança: você não dá meu brinquedo então eu faço birra. Cada momento é um momento. Não me julgue por não ter ido em algum evento ou por ter acordado com a cara amassada. Não me julgue se estava doente ou viajando. O que vale é a minha amizade. O que vale é eu ficar feliz com cada conquista sua. O que vale são minhas palavras sinceras e meu sentimento. O que vale são meus abraços de verdade. O que vale é o meu colo, meu carinho, minha atenção. Me desculpe, mas acho que é isso que importa de verdade, de fato.
Tem gente que quer tudo do seu jeito. Não reclamo, também sou assim. Acho que tudo tem que ser da minha maneira, detesto quem cospe no meio da rua, acho uma falta de educação sem tamanho quem não segura o elevador quando vê que tem mais gente chegando, fico sem paciência e até meio grossa com quem não pensa. Entendo que cada um tem seu tempo, mas não entendo quem não consegue juntar o tico e o teco. Se você tem mais dificuldade, se esforce. Se você é mais desatento, tente ser mais centrado e prestar mais atenção. Mas gente preguiçosa me cansa e me desgasta. Fico totalmente sem energia com quem veste a fantasia de burro. Não sou nada, nada perfeita. Mas sou honesta com sentimentos e atitudes. Procuro entender a rotina, as escolhas, as neuras, os traumas, os defeitos e a vida dos outros. Nem todo mundo consegue, nem todo mundo entende. E tudo bem. O que eu quero, hoje e sempre, é continuar com sentimentos limpos e tentar melhorar a cada dia. É o que a casa oferece.

itnerário!

Não quero viver como uma planta que engasga e não diz a sua flor. Como um pássaro que mantém os pés atados a um visgo imaginário. Como um texto que tece centenas de parágrafos sem dar o recado pretendido. Que eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã, ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me interessa.

Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar. Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo. Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno. Que deixei escapulir as oportunidades capazes de bordar mais alegrias na minha vida. Que me atolei na areia movediça do tédio. Que a quantidade de energia desperdiçada com tantas tolices poderia ter sido útil para levar luz a algumas sombras, a começar pelas minhas.

Que eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.

Que, durante a viagem, eu possa saborear paisagens já contempladas com olhos admirados de quem se encanta pela primeira vez. Que, diante de cada beleza, o meu olhar inaugure detalhes, ângulos, leituras, que passaram despercebidos no olhar anterior. Que eu me conceda a bênção de ter olhos que não se fechem ao espetáculo precioso da natureza, há milênios em cartaz, com ou sem plateia. Quero aprender a ser cada vez mais maleável comigo e com os outros. Desapertar a rigidez. Rir mais vezes a partir do coração.

Quero ter cuidado para não soltar a minha mão da mão da generosidade, durante o percurso. E, quando soltá-la, pelas distrações causadas pelo egoísmo, quero ter a atenção para sincronizar o meu passo com o dela de novo. Quero ser respeitosa com as limitações alheias e me recordar mais vezes o quanto é trabalhoso amadurecer. Quero aprender a converter toda a energia disponível às mudanças que me são necessárias, em vez de empregá-la no julgamento das outras pessoas.

Que as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da realização de cada sonho que me move. A ideia de que a minha vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.

 
É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais…
- Você usou o verbo “doer” ou “doar”?
- [Pausa] Pois é, também dá no mesmo…
CFA

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

o amor pode durar...

 Acho tão bonito casais que duram. Não importa o tempo, o que vale é a intensidade. Querer estar junto vale muito mais do que estar junto há 20 e tantos anos só por comodidade. Sei que estou falando obviedades, mas hoje vi um casal de velhinhos na rua.
Me doeu de uma forma linda. Acho que o amor, quando é amor, tem lá suas dores bonitas. A gente vê uma cena e o coração fica emocionado. Nos dias de hoje, com tanta tecnologia, com tanta correria, com tanta falta de tempo, com tanto olho no próprio umbigo e nos próprios problemas, com tanta disputa pelo poder, pelo dinheiro, por ter mais e mais, sei lá, acho bonito ver um casal de velhinhos na rua.
A mão, enrugadinha, segura a outra mão. A outra mão, por sua vez, segura uma bengala. Falta equilíbrio, sobra experiência. Falta a juventudade, sobra história para contar. Falta uma pele lisa, sobram marcas de expressão que contam segredos. Envelhecer não é feio. Em tempos de botox, a gente devia olhar um pouco para dentro. De si. Do outro. Do amor.
As pessoas não têm paciência para relacionamentos. Se está ruim elas simplesmente trocam. Não tentam, não se empenham, não lutam para dar certo. Não acho que a gente tem que aceitar tudo que o outro nos dá. Não acho que temos que cruzar os braços para o que está errado. Mas o amor exige uma dose de sacrifício. O amor não é descartável. O amor não pode ser jogado fora. Não dá pra fazer uma lipo no amor. A gente tem é que lutar por ele. Diariamente.
Os casais antigos são mais pacientes com os erros e os defeitos do outro. Não acho que mulher tem que ser dona de casa e aceitar um par de chifres. Mas acho que a mulher tem que entender que o homem é diferente. E vice-versa. A mulher quando quer ajuda quer agora e não daqui a cinco minutos. Diferenças de gênio, diferenças de gênero. E que bom que elas existem. E que bom que existem casais com cabelos bem branquinhos e olhares meigos para nos lembrar que o amor pode durar, sim.
 
Clarissa Corrêa!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Queria saber onde estão aquelas pessoas de verdade, que a gente não compra mas também não vive sem. Aquele amigo que mudou para o outro lado do mundo mas você não pensa duas vezes antes de pegar o carro, o ônibus ou o avião e fazer uma visita. Só olhar para ele, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena. Queria saber onde é que está aquele tipo de namorado que você não veste para se exibir mas despe para provar só pra si mesmo o quanto é feliz. Que você não desfila ao lado, mas leva dentro do peito. Que você não compra, consome, negocia ou contrabandeia. Mas se surpreende quando ganha de presente da vida. Aquele tipo que você não usa para ser alguém e justamente por isso acaba sendo uma pessoa muito melhor."

(Tati Bernardi)
Com o tempo a gente aprende que bebida da dor de cabeça.Que cigarro sempre esta nas mãos de quem esta carente e quer chamar atenção. Que nem sempre quem esta rindo esta feliz por dentro. Que as pessoas que mais falam são as que mais precisam ser ouvidas. Que as pessoas que mais ouvem são as que mais valem a pena. Que dinheiro realmente não traz felicidade. Que quando meu pai dizia: ” me escuta eu sei o que eu to falando, um dia você ainda vai me agradecer”.. ele tinha razão. Que quando você acorda cedo você aproveita mais o dia. Que programinhas em família são os melhores [ não geram arrependimento, nem fingimento]. Que amigo seu é seu pai e sua mãe. Que as pessoas usam mascaras umas na frente das outras. E que é de Jesus que sempre precisei e preciso até hoje,
Mas só com o tempo você aprende isso,
-NovaCriaturaSou-
Não são os beijos, os abraços e nem mesmo o sexo. É a confiança e o respeito. É ter alguém pra compartilhar os momentos bons e também os ruins. É se sentir seguro. É saber que você tem alguém com quem pode contar. É ter alguém pra desabafar. É saber que mesmo que o mundo esteja contra você, sempre terá aquela pessoa que vai te apoiar. É arriscar e torcer pra dar certo, e quem sabe a gente acaba descobrindo o que é amar.    john


Para atravessar agosto é preciso,..

...antes de tudo, paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah! Escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. 
Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções-úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade…Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques – tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.


caio fernando abreu (6/8/1995 – para o jornal o estado de são paulo)