Eu tenho uma mania: a de me apaixonar, por tudo que a vida me oferece. Vivo procurando motivos para que o ENCANTO nunca termine!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Posso jogar fora nossas fotografias, posso jogar fora poemas, posso jogar fora nossos objetos em comum, posso jogar fora nossos lugares prediletos, posso jogar fora nosso dialeto, posso jogar fora nossos rituais, posso jogar fora, acredite, posso jogar, mas não consigo jogar fora o jeito bonito que lhe amei. Olho para o meu amor por você e não consigo descartar. O meu amor por você era tão bonito.
Eu lhe amei como nunca amei ninguém. Como apagar, como esquecer, como fingir que não faz parte de mim?
Eu lhe amei com os sentimentos bons e ruins. Eu lhe amei com minha fé. Eu lhe amei com minha dor. Eu lhe amei com meus dramas. Eu lhe amei com minha amizade. Eu lhe amei com meu ciúme.
Todas as vezes em que acabei a relação, sonhava com seu retorno.
Quis ser indispensável mais do que justa.
Eu pedi desculpa, insisti, enlouqueci. Fui uma idiota, ingênua, ridícula. Fui até eu mesma. Fui um pássaro com asas de âncora: rastejava pelo ar.
Só desejava ser sua, só desejava que fosse meu.
Rezava para que a saudade viesse, imponderável, suplicante, definitiva.
Nunca pensei minha vida sem você. 
Não disfarcei, não omiti o que sentia. Disse com todas as palavras e todos os silêncios, para não gerar dúvidas.
Você não entendeu que eu lhe amei bonito.
E meu amor bonito não é meu, é seu. Não ficou comigo. O amor não é uma propriedade de quem sente, é uma transferência total para quem é amado. Assim como uma carta é de quem lê, não de quem mandou.
Espero que você não tenha jogado fora.


-Fabrício Carpinejar

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