A verdade é que nunca é fácil um processo de auto-conhecimento. A gente pensa que é simples, pensa que vai ser rápido e indolor, mas não é. Tem muito medo envolvido, porque precisamos nos iluminar para nos conhecer melhor, e para isso é preciso -antes- andar no escuro, no nosso próprio escuro. E dá medo. É delicado esse processo de se conhecer. É de sutilezas que somos compostos e é essa composição que buscamos sempre. Isso leva um certo tempo, traz à tona muitas dores, mágoas, feridas... lágrimas. Pensamos em desistir e nos acostumamos a escuridão. Porém, seguimos em frente, tropeçando, curando, cicatrizando, começamos a ver no escuro e a nos organizar. Um dia, enfim, encontramos o interruptor, acendemos uma luz fraquinha, fraquinha. É nesse momento em que consegue-se ver de um modo melhor. Observa-se lá nas nossas profundezas uma janela fechada, a gente sabe que ela precisa ser aberta. Adiamos. Chega o dia inevitável, precisamos de ar e de luz. Abre-se a janela e uma onda percorre o nosso corpo, enche-nos de luz, os raios luminosos estão por toda parte. A gente sabe que é o fim daquela limpeza. Agora é hora de aproveitar a luz, de se deixar iluminar. Sem arrependimentos, só a certeza de que tinha que ser assim.

Sou ser da mais pura delicadeza, nada pode ser forçado, imposto ou brutalmente obrigado. Comigo tudo é natural, sentido e doce. Frágil, mas com uma força interna potente. Há muitos silêncios esperando tradução.

Winy, praqueessecoraçãotãogrande?