Eu tenho uma mania: a de me apaixonar, por tudo que a vida me oferece. Vivo procurando motivos para que o ENCANTO nunca termine!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

de perto? quem é normal??


Me lêem, mas não me vêem. Não assim, maquiada e com a pele obstruída em base, pó e blush.
É engraçado como sabem vocês das minhas tantas dores, ansiedades e complexidades, e nunca, nem sequer, tenham me visto cara à cara.
Pensei nisso enquanto andava por ai, e uma menina me fitou. E concluí com uma frase que já ouvi por aí, não sei aonde e nem a autoria: "de perto, ninguém é normal".
Devoro o Bis em partes. Primeiro a parte de cima, depois o recheio, a parte do meio, de novo o recheio e só apenas a parte meio oca do final. .
Coço o nariz mesmo quando não minto. Tenho falado cada vez mais sozinha. Converso comigo mesma no calçadão, quando seco os cabelos, e antes de dormir. Quando sou pega em flagrante, ensaio um tom meio musical, que passe a mensagem mais sã de que "não sou louca, estou apenas cantando".
Quando me deito, os cabelos não podem encostar a pele: pra cima, e longe de se enroscar nas orelhas, de atrapalhar o meu sono de princesa.
Não interrompo os outros, deixo-os livres pra comentar o que bem entenderem. Ensaio diálogos que quase nunca se concluem, ao telefone. E muito menos ao vivo. Quase chuto pessoas que caminham devagar, quando na minha frente. Não dialogo com coerência assim que acordo. E nunca, em hipótese alguma, tente discutir comigo pela manhã ou no momento auge do estresse e raivosidade - ainda mais, se não quiser ouvir algo que te machucará. Será i-ne-vi-tá-vel.
E dentro de casa não sou mais desastrada por falta de espaço sempre braços, mãos, pés e dedos vão de encontro ao móveis. Sabe a lei de Murphuy? foi inspirada em mim!
Nunca tive o hábito de roer as unhas, mas puxo as peles que ficam em volta da unha. e sempre descasco os esmaltes ...
Hoje não quero, amanhã necessito. Sou ríspida, e hora depois, amável. Discuto por futebol, e abraço por gosto musical parecido. Na rua, não olho pro lados. E nem para qualquer psiu, fiu-fiu. Pra frente, e reto. Alheia, e indiferente - quem me conhecer, me chamará pelo nome. A
lgumas vezes, escuto Avril, sertanejo universitário, psy, pagodes, para não cair na mesmice. Passo rímel com a boca aberta. Tropeço mesmo parada, e não consigo dormir em lugares públicos. Ando como uma desabrigada em casa, com roupas velhas e uniformes dos meus antigos colégios. Sempre confirmo o preço, mesmo sabendo de cor.
Não durmo sem saber meu signo do dia seguinte. E não pego no sono se a porta do armário estiver aberta. Necessito de pelo menos dois litros de água ou refrigerante ou suco e um docinho, por dia. Minto meu nome em festas, e à pessoas indesejáveis. Leio o jornal de trás pra frente, e abro a geladeira pra pensar.
Além do mais, dobro a ponta das páginas, ao invés de usar o marca-página. Sou estranha? Talvez sim, acredito que não. Nem me importo. Sempre busquei o diferente, e talvez até tais diferenças sejam batidas, manjadas ou então, populares.
Vai saber!
Dizem que mania, cada louco tem a sua. Essa são algumas das minhas, ou apenas, as que consigo perceber. E claro, como de perto, ninguém é normal, aqui está minha assinatura, logo embaixo de tudo isso.
Porque sem apenas um desses meus pequenos defeitos, poderia ser você, poderia ser a sua irmã, ou a sua amiga. Mas de perto, a uns cinco centímetros, essa é uma face de mim. Apenas uma, das tantas e tão distintas.
Gosta quem quiser, e detesta quem puder. Não dizem que são os defeitos que marcam, aprisionam, e apaixonam?
Acredito também, ué.

Camila Paier - Valdeline da Caixinha delicada, adaptado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário